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EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO: COMO FOI O PRIMEIRO SEMESTRE DE 2021?

As exportações do agronegócio seguem crescendo anualmente e o primeiro semestre de 2021 terminou com um cenário positivo. Veja como foi o período e os principais destaques!

 

Em um empreendimento rural, além do produtor acompanhar diariamente a evolução do cultivo, o caixa da empresa, o monitoramento de estoque e armazenamento, é fundamental estar atento ao que acontece fora da porteira e como os fatores externos podem impactar na  fazenda. Um exemplo desses fatores são as parcerias comerciais para o escoamento dos alimentos produzidos e as exportações do agronegócio.

 

Com a produção de alimentos em alta, o agronegócio brasileiro ganha destaque não apenas como um dos maiores produtores, mas também nas exportações do agro, fechando parcerias internacionais e abrindo possibilidades para novos mercados, gerando novas oportunidades para o setor agropecuário. 

 

Para acompanhar a demanda externa e posicionar melhor o negócio rural no mercado, os produtores rurais devem estar atentos aos índices de exportações para posicionar o  empreendimento  de forma estratégica. É essencial estar atento às projeções e resultados das exportações do agronegócio, caso queira iniciar neste mercado.

 

Neste artigo, vamos discutir sobre o cenário das exportações do setor no primeiro semestre de 2021, avaliando os produtos agrícolas que foram destaque nesse período, além de fazer um comparativo com outros anos e falar das projeções para o final deste ano. Acompanhe!

 

Como foi o cenário de exportações do agronegócio?

 

O cenário de exportações do agro no primeiro semestre de 2021 fechou de forma positiva, captando US$61,5 bilhões entre janeiro e junho. Esse número foi superior ao exportado no mesmo período do ano anterior, representando um aumento de mais de 20%, segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)

 

Apesar dos números positivos, o preços das commodities, que apresentava queda nos últimos dois anos,  começou a melhorar no segundo semestre de 2020. Consequentemente, a partir do terceiro trimestre de 2021, os exportadores brasileiros começaram a sentir a escalada dos preços. 

 

Em julho, por exemplo, tivemos uma alta na valorização do preço das commodities, o que também reflete nas exportações, culminando em um valor recorde no período, de US$11,29 bilhões. Essa alta é motivada principalmente pela elevação do índice de preços dos produtos do agronegócio brasileiro, que atingiu a marca de 28,5%, comparado com o mesmo período do ano anterior, representando uma grande escalada.  

 

Quais produtos agrícolas mais se destacaram no período?

 

Com a valorização dos preços das commodities e o cenário positivo para o primeiro semestre de 2021, não podemos deixar de comentar quais os produtos agrícolas que se destacaram no período. Os destaques também  representam  a demanda do mercado e podem ser novas possibilidades para os produtores rurais.

  • Soja

Quando o assunto é exportação, a soja é uma das commodities de grande destaque, principalmente pelo aumento da demanda e também da produção do grão. Neste ano, a soja apresentou valorização de 25,3% em seu valor, liderando o ranking de produtos mais exportados e colocando o Brasil como o maior produtor e exportador global do grão.

 

Na China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, os estoques de soja estão baixos e a produção não é suficiente para o tamanho da demanda doméstica no país asiático. Por isso,  os produtores de soja brasileiros têm pela frente uma grande oportunidade, principalmente para a safra de 2021/2022.

  • Milho

O milho foi outro produto agrícola que apresentou crescimento da demanda mundial, mesmo com a redução nos estoques, que apresentou queda em 70,8% na quantidade exportada, comparado com junho de 2020. Apesar disso, o cultivo apresentou um crescimento de 30,9% no preço e 12,6% na quantidade. A quebra na safra foi motivada principalmente pelas condições climáticas adversas, mas que não chegaram a comprometer a oferta mundial do milho.

  • Carnes

Em relação às carnes  bovina, suína e  frango, obtivemos um avanço de mais de 20% no valor e 17% na quantidade, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Com destaque para  a carne suína brasileira após o período de Peste Suína Africana (PSA), que comprometeu o fornecimento de outros concorrentes para o mercado global.

 

Como as exportações do agronegócio vêm crescendo?

 

A cada ano, as exportações do agronegócio vêm crescendo, trazendo resultados positivos para a economia brasileira. Apesar do volume exportado ter sido menor nesses seis primeiros meses de 2021, o que alavancou o montante arrecadado foram, principalmente, os preços dos produtos agrícolas.

 

O agronegócio é responsável por uma parcela expressiva das exportações totais brasileiras, chegando ao patamar de 44,2% em julho. Com a economia e as exportações crescendo, não podemos deixar de falar também dos parceiros comerciais do Brasil.

 

A China é o principal destino dos produtos agrícolas brasileiros, abocanhando uma fatia de 39% do que é exportado, seguida pela União Europeia, com 14,5%, e  Estados Unidos, com 6,4%, formando juntos 60% do total exportado pelo Brasil. Além destes dados, é importante ressaltar que  todos os países parceiros comerciais do Brasil, apresentaram alta nas importações das commodities brasileiras em comparação com o mesmo período de 2020. Na prática, esse dado reforça a importância de olhar para esse mercado com atenção e não desperdiçar oportunidades de negócio. 

 

O que podemos esperar para o segundo semestre de 2021?

 

Até o final do ano, o cenário de exportações do agronegócio se mantém com perspectivas positivas e, segundo as projeções do Agro Global do Insper, devem fechar o ano com uma arrecadação de US$120 bilhões, 20% a mais que no ano anterior, influenciando também a balança comercial que, mantendo a mesma projeção, pode terminar com um saldo positivo de US$100 bilhões.

 

Com o cenário positivo no agronegócio, o Produto Interno Bruto (PIB) também é beneficiado. Somente no primeiro semestre de 2021, ele subiu 5,35% da renda do setor, além de contribuir para o bom desempenho de outros setores. A  empregabilidade também é um ponto positivo de atenção, já que o agronegócio é responsável por empregar 20% dos trabalhadores brasileiros.

 

O que motiva o setor a crescer é a recuperação econômica pós-pandemia, a demanda aquecida da China e os baixos estoques, que impulsionam a alta dos preços, favorecendo os produtos brasileiros. Alguns analistas ouvidos pela Veja, dizem que esse momento é propício para um novo ciclo de “boom das commodities”, mas que a duração da boa fase ainda é incerta. 

 

Agora que você já sabe como foram os resultados das exportações do agronegócio no primeiro semestre de 2021, os motivos e perspectivas até o final do ano, cadastre-se em nossa newsletter para receber informações sobre o agronegócio direto na sua caixa de e-mail. Acompanhe as nossas redes sociais, InstagramFacebook, para ficar por dentro das novidades sobre o mercado agrícola.

 

Por Thais Rodrigues*

*Estagiária sob supervisão de Isabela Azi

 

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