Com o aumento da produção de café no Brasil, produtores precisam modernizar seus cafezais para alavancar seus negócios. Conheça os benefícios e tendências da mecanização.
Com a introdução da mecanização no campo, os processos estão cada vez mais facilitados e o produtor rural consegue suprir a demanda por produtos agrícolas que vem aumentando nos últimos anos. Segundo o Representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, o Brasil possui grande capacidade de se tornar um dos principais fornecedores para suprir a demanda por alimentos.
Essa perspectiva é possível devido ao aumento de produtividade que as máquinas agrícolas e tecnologias aplicadas nos empreendimentos rurais fornecem aos agricultores como: otimizar o tempo, planejar a próxima safra com maior precisão e diminuir custos.
Neste artigo, vamos abordar a utilização das máquinas nas culturas de café nacionais, com um panorama do mercado, os benefícios de implantar a mecanização e a cafeicultura de precisão, uma tendência para o setor.
Entenda a colheita de café no Brasil
O café chegou em território nacional em 1727, trazido da Guiana Francesa. No Brasil, o produto encontrou condições climáticas favoráveis para o seu plantio e chegou a constituir um dos produtos principais para a economia brasileira, segundo a Revista Cafeicultura.
Atualmente, o café integra o grupo de produtos agrícolas exportados ao lado de outras mercadorias como a soja, com um lugar de destaque na exportação, tendo grande peso na economia brasileira.
Com o setor cada vez mais competitivo, agricultores precisam estar atentos às tendências voltadas para a produção de café e adaptar o seu negócio. Umas das grandes mudanças observadas é a mecanização do setor cafeeiro. De acordo com a Revista Cultivar, os agricultores investem em média cerca de R$ 11.000 por hectare, dividido com custos de mão de obra e equipamentos de proteção, quando feito manualmente.
Por isso, a mecanização é promissora dentro do setor e traz grandes benefícios para os produtores rurais. Conheça os benefícios dos implementos agrícolas na produção.
Conheça os 5 benefícios da mecanização nos cafezais
Como vimos, a mecanização já constitui um passo mínimo para muitos negócios rurais e continua está em ascensão. Esse conjunto de tecnologias possibilita ao agricultor ter maior controle da sua lavoura e é uma porta de entrada para a agricultura de precisão, que utiliza tecnologias de ponta como o geolocalização e sensores para otimizar o trabalho no campo.
Conheça agora 5 benefícios que a mecanização nas plantações de café traz para o empreendedor rural:
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Redução de custos
Com a utilização dos implementos agrícolas, o agricultor não tem uma redução apenas com a mão de obra, mas também com os insumos empregados durante a plantação como adubo, defensivo agrícola e outros.
Apesar de ser um grande investimento para os produtores, ao analisar o retorno, podemos perceber que a relação custo/benefício é positiva. Segundo o Conselho Nacional do Café, quando o manejo é realizado de forma manual, o custo com pessoas chega a representar cerca de 50% do Custo Operacional Efetivo (COE).
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Otimização do tempo
Nas lavouras o tempo é um dos quesitos que ditam a qualidade do produto agrícola. Nos cafezais, o tempo é um aliado importante para o agricultor, já que interfere na qualidade do café.
A colheita manual do café exige grande parcela do tempo do produtor e sua equipe. Além disso, muitas vezes o trabalho não é finalizado no mesmo dia. Com isso o café pode acabar fermentando, ocasionando grãos ardidos e consequentemente a perda da qualidade.
Com a colheita mecanizada, o agricultor observa a redução do tempo destinado à tarefa e de uma maneira muito mais eficaz se comparado ao manual.
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Padronização da colheita
Com a mecanização, a probabilidade de colher frutos verdes reduz consideravelmente, isso por que o máquina agrícola possui um sistema de recolhimento eficiente, que pode ajustar a vibração e a velocidade conforme a carga de café presente na planta.
Além disso, o cafeicultor tem maior controle na hora da derriçar os frutos, escolhendo uma velocidade maior e vibração menor, impedindo que os frutos verdes sejam colhidos, evitando desperdícios. Outro fator é que as máquinas podem ser passadas mais de uma vez, com o espaçamento adequado de dias, sem que isso comprometa negativamente a colheita e danifique os grãos.
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Administração da qualidade
Nos cafezais que utilizam o manejo manual, as chances do café cair no chão e perder sua qualidade são bem maiores do que a colheita mecanizada. Com isso, o grão não pode ser comercializado, impactando no lucro do cafeicultor.
O recolhimento mecanizado reduz consideravelmente as chances do café cair no chão, por que é um processo que contém duas etapas, uma que sopra o café e os detritos que se encontram debaixo dos pés e outra que finaliza com a passagem da recolhedora. De acordo com a Revista Cultivar, esse procedimento dura em média cerca de 6 horas.
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Limitação de falhas
Com o emprego de novas tecnologias, as máquinas atuais permitem diminuir as falhas que recaem sobre a colheita, por meio do emprego da agricultura de precisão, um sistema que utiliza inovações tecnológicas a favor do campo.
Através da precisão, o cafeicultor evita que a colheita seja irrigada de maneira incorreta ou que a utilização dos defensivos agrícolas seja feita de forma imprecisa, diminuindo assim as falhas que ocorrem nesses processos.
Além disso, a tecnologia permite controlar exatamente a quantidade, o tempo e o manejo de forma eficiente ao utilizar os insumos a favor da safra e que, consequentemente, serão favoráveis para o aumento da produtividade.
A cafeicultura de precisão, uma tendência para os cafezais
Derivada da agricultura de precisão, a cafeicultura de precisão emprega tecnologias para mapear a variabilidade do solo e das plantas presentes nos cafezais. Pela falta de uniformidade da produtividade das plantas e a maturação diferenciadas dos frutos, é necessário realizar estudos capazes de mapear cada talhão da plantação e, com isso, definir estratégias necessárias para corrigir os pontos de melhoria.
Seu benefício é oferecer detalhadamente cada defasagem levando em conta uma determinada área e entregar informações claras e precisas para o agricultor. Além disso, aumenta a produtividade, já que está atrelada a variabilidade presente.
Podemos perceber que a mecanização da produção de café é o próximo passo para os agricultores do ramo potencializarem seus rendimentos, já que a relação custo/benefício mostra vantagens para a produção.
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Por Thais Rodrigues*
*Estagiária sob supervisão de Isabela Azi
FONTES:
Alimentação e Agricultura da Organização das Nações Unidas – http://www.fao.org/home/en/
Revista Cafeicultura – https://revistacafeicultura.com.br/index.php
Codaf – http://codaf.tupa.unesp.br/
Cncafé – http://www.cncafe.com.br/site/index.php
Embrapa – https://www.embrapa.br/