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COMO A CRISE HÍDRICA AFETA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO?

pulverizador

A escassez de água pode comprometer atividades de diversos setores, incluindo o  agrícola. Veja os impactos da crise hídrica e como minimizar os efeitos nas operações do campo.

 

A água é um importante recurso, seja para consumo próprio e também para as indústrias, com aplicações na metalurgia, indústria de alimentos, química e muitas outras. Um estudo elaborado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), aponta que produtos químicos e combustíveis são responsáveis por 85% da retirada da água e 90% do consumo de recursos pela indústria da transformação.

 

Esse estudo revela que o crescimento da indústria também significa um aumento da demanda de água nos setores ligados à atividade econômica. Na agricultura, o consumo de água não é diferente, já que os agricultores precisam deste recurso para irrigar suas lavouras e também para outras destinações.

 

Contudo, a crise hídrica afeta a distribuição de energia e também de consumo, levando o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE)  a emitir um alerta para o período de junho a setembro deste ano em diversos estados brasileiros, conforme informações do portal Summit Agro. Com o alerta, o agronegócio e outras indústrias já começaram a sentir os efeitos negativos da falta do recurso hídrico em suas atividades.

 

Neste artigo, vamos falar como a crise hídrica impacta as operações nas lavouras, com um breve histórico das culturas mais afetadas e como isso influencia o preço dos alimentos.  Veja também algumas alternativas para contornar esse cenário sem parar as atividades. 

 

Quais lavouras foram impactadas pela crise hídrica?

 

Na produção de alimentos, a água é um dos recursos fundamentais para o desenvolvimento do cultivo. Por isso, quando o cenário é de escassez, algumas práticas do campo são comprometidas, como a energia e a irrigação. Nesse sentido, toda a cadeia produtiva é impactada, inclusive a oferta de alimentos. 

 

Entre os prejuízos causados na plantação, a crise hídrica aliada à estiagem, causa diminuição no potencial produtivo da lavoura, comprometimento do desenvolvimento dos frutos e da qualidade dos alimentos. Na cultura do feijão, a falta de chuvas compromete o desenvolvimento do cultivo, produzindo menos do que o esperado.

 

Já o café, um dos grãos preferidos dos brasileiros, já sofre com o déficit hídrico desde o ano passado, afetando a pega da florada e também o enchimento de grãos, explica Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), para o portal G1. Similar ao café, a produção de laranja também enfrentou dificuldades no período de baixo volume de chuvas, gerando atrasos na plantação e também uma produção menor do cítrico.

 

Por último, temos o cultivo do arroz que, com a safra se aproximando em setembro, já acende um alerta para produtores que cultivam o grão. Para ter ótimos resultados na colheita, um bom volume de chuvas e uma excelente irrigação são fatores fundamentais. Mas, o desabastecimento que pode ocorrer, afeta diretamente as etapas de produção.

 

Como a crise hídrica impacta no preço dos alimentos?

 

Outra consequência da crise hídrica é o aumento do preço dos alimentos, provocado pelo desequilíbrio entre oferta e demanda. Com a baixa produção de alguns cultivos, consequentemente a oferta diminui e, se a demanda está alta, a consequência direta é a alta dos preços.

 

Contudo, não é só isso. Segundo Campos Neto, presidente do Banco Central em entrevista à Folha de São Paulo, as condições climáticas têm efeito na inflação, nas taxas de juros e, consequentemente, no preço dos alimentos, criando novos desafios. Além disso, a crise hídrica que afetou as lavouras de diversas culturas também tem impactos diretos no PIB agrícola, que já vem de uma trajetória de crescimento, com recordes de produção e exportação, para uma elevação mais amena.

 

Conforme projeção da MB Agro, o PIB no campo deve ficar entre 2,50% e 3%, mas o agravamento da escassez de água pode causar também revisões nessas estimativas. Por isso, os produtores e as entidades ligadas ao setor agrícola devem acompanhar de perto essas oscilações. 

 

Como evitar que a crise hídrica afete sua lavoura?

 

Com a redução do volume de chuvas, diversas culturas foram prejudicadas. De acordo com informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgado no portal Agrolink, as chuvas de setembro de 2020 a maio de 2021 foram as piores em 91 anos, causando atrasos no desenvolvimento de culturas perenes, por exemplo.

 

Por isso, o produtor rural precisa se atentar para as condições climáticas na sua região e se preparar para o período de escassez de água para evitar grandes prejuízos. Dessa forma, neste tópico, vamos discutir algumas medidas que os empreendedores rurais podem tomar em suas propriedades para contornar esse cenário de incertezas.

  • Irrigação consciente

Segundo estatística da Agência Nacional de Águas (ANA), o agronegócio é responsável por 70% do consumo hídrico, um número bastante expressivo se olharmos para outros setores da economia. Diante da dependência de água em atividades como a irrigação, o produtor precisa ser consciente e evitar ao máximo o desperdício. Além disso, deve-se utilizar a tecnologia a favor do setor agrícola para encontrar alternativas que economizam água e geram melhores resultados.

  • Reaproveitamento de água

A água de reuso é também uma das principais alternativas para tornar a atividade sustentável do ponto de vista hídrico. Embora não seja recomendada para consumo humano e animal, conforme informações do portal Summit Agro, o reaproveitamento da água é muito indicado para as atividades agrícolas e também promove uma menor dependência dos recursos hídricos, principalmente neste momento de crise. Para reaproveitar a água, é importante se atentar à qualidade, captação e cultura.

  • Água da chuva

O período de chuvas é muito importante para o desenvolvimento do cultivo e ele pode render ainda mais ao ser armazenado corretamente, para ser aproveitado em épocas de maior necessidade. Segundo o portal Globo Rural, com a instalação de cisternas, é possível armazenar grande quantidade de água, uma ótima oportunidade para o produtor que não quer ter problemas com  a escassez de água para a irrigação.

  • Cuidados com a lavoura

Para além das soluções de economizar água, o produtor pode também pensar em elementos externos, como um bom cuidados com o solo, que evita o surgimento de agentes degradantes e também o uso de telas, que evita o ressecamento das plantas e também a necessidade de maior irrigação, conforme informações do Globo Rural.

  • Agricultura de precisão

Como a agricultura de precisão mapeia as necessidades de cada talhão, a  utilização nesse cenário também pode ser benéfica, principalmente por monitorar a umidade do solo e a quantidade de água que o cultivo precisa. Com isso, o produtor não irriga mais do que o essencial e também economiza, sendo uma medida sustentável.

 

A partir do cenário de escassez,  o produtor precisa adotar uma postura mais sustentável para evitar problemas ainda maiores, além de adotar práticas para evitar o uso impensado de água. Dessa forma, todos ganham: o agro, a sociedade e  o meio ambiente.

 

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Por Thais Rodrigues*

*Estagiária sob supervisão de Isabela Azi

 

 

FONTES: 

 

Summit Agro – https://summitagro.estadao.com.br/ 

G1 – https://g1.globo.com/economia/agronegocios/ 

Agrolink – https://www.agrolink.com.br/ 

SNA – https://www.sna.agr.br/ 

Aegro – https://blog.aegro.com.br/ 

 

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