No Brasil, há uma diversidade de solos com características químicas, físicas e biológicas que auxiliam nas práticas agrícolas. Contudo, segundo informações da Embrapa, cerca de 58% dos solos brasileiros possuem baixa fertilidade natural, o que torna o trabalho de preparo e conservação da terra um ponto de cuidado para os produtores rurais para ter bons resultados na colheita. Neste artigo, você conhecerá técnicas que podem ser aplicadas para preparar e conservar o solo.
Por que é necessário preparar o solo antes do cultivo?
As propriedades físicas, químicas e biológicas presentes no solo formam uma condição ideal para o crescimento da plantação. Ao longo da safra, é comum que o solo se desgaste e precise de correções. Por isso, o produtor rural precisa se atentar para as condições da sua propriedade rural, já que solos degradados não geram renda.
Além disso, o solo que está frágil é para propício ao surgimento de agentes degradantes, como erosão e lixiviação, aprofundando o problema e inviabilizando as práticas agrícolas na propriedade. Por isso, utilizar práticas de manejo e cuidados com o solo é indispensável para a manutenção da safra.
O preparo do solo utiliza técnicas específicas para aumentar e potencializar as condições físicas e químicas da terra, respeitando as características do solo. Dessa forma, é necessário realizar o preparo antes da plantação, para assegurar que a terra esteja pronta para receber o cultivo. Além disso, é comum a conservação do solo entre safras, para devolver as propriedades que estavam desgastadas e se certificar que o solo esteja fértil.
Sistemas de preparo do solo
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Convencional
O preparo convencional do solo consiste em remexer, por meio da aração e gradagem, as camadas mais superficiais de terra, aumentando a porosidade e diminuindo a compactação do solo. Segundo a Embrapa, esse processo facilita que a água e os fertilizantes penetrem nas camadas de solo, gerando assim condições de desenvolvimento ideais para as plantas.
Contudo, o preparo convencional do solo pode acarretar na erosão, sendo necessário um acompanhamento minucioso das técnicas, bem como a utilização de mão de obra capacitada, o que pode ser custoso para o produtor rural.
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Plantio Direto
O Sistema de Plantio Direto (SPD) é uma técnica amplamente utilizada nas fazendas e que mantém as propriedades nutricionais do solo por meio do mínimo revolvimento da terra, além da utilização da palha.
O SPD contribui para evitar os processos de compactação, desertificação e erosão do solo, melhorando a oferta de nutrientes do mesmo. Além disso, muitos agricultores utilizam a rotação de culturas, que está inserida no Sistema de Plantio Direto, para diversificar os produtos agrícolas comercializados e combater o surgimento de ervas daninhas, pragas e doenças.
Saiba mais sobre o SDP e agentes degradantes clicando aqui.
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Cultivo mínimo
A técnica de cultivo mínimo é recomendada para tipos de solo que apresentam baixos índices de compactação, com métodos que remexem minimamente a terra, além da diminuição do uso de máquinas. Dessa forma, o solo consegue manter suas propriedades e melhora a captação de água na superfície.
4 técnicas de preparo do solo
Ao preparar o solo, o produtor rural encontra algumas técnicas capazes de aprimorar o potencial produtivo da propriedade. Contudo, é fundamental que antes de aplicar qualquer técnica, faça uma análise detalhada do solo, para que os métodos aplicados sejam mais efetivos. Abaixo, separamos algumas das técnicas mais utilizadas para preparar o solo, veja:
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Aração
Uma das técnicas mais comuns de preparo do solo é a aração, ela consiste em utilizar arado para revolver a terra, cerca de 20 centímetros, e inverter as camadas do solo, promovendo uma melhor oxigenação da terra.
Em climas tropicais como o do Brasil, o processo de aração deve ser realizado com cautela, já que pode comprometer a saúde do solo.
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Subsolagem
A subsolagem é uma técnica muito utilizada para solo muito densos e que dificultam a passagem de água para as camadas de terra mais profundas. Dessa forma, a subsolagem descompacta o solo e melhora o fluxo de água.
As máquinas que realizam esse procedimento são robustas e capazes de revolver o solo profundamente. Por ser uma técnica mais intensiva, é preciso que a subsolagem não seja feita isoladamente, é preciso combinar outras técnicas que deixem o solo mais regular.
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Escarificação
A escarificação é uma técnica que busca o mínimo revolvimento do solo, sendo uma das técnicas menos agressivas. Também utiliza máquinas, conhecidas como escarificadores, para realizar o trabalho e pode ser utilizada como uma alternativa à aração.
Contudo, é preciso acompanhar de perto o solo e analisar suas propriedades, já que a escarificação pode comprometer a oferta de cálcio do solo.
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Gradagem
Por último, temos a gradagem, técnica que deixa o terreno mais plano, usada principalmente depois de métodos que remexem o solo, como a aração e a subsolagem, deixando a terra mais uniforme e sem a presença de grandes torrões. Porém, a técnica caiu em desuso, sendo substituída por práticas mais mais avançados de plantio direto.
Todas as técnicas apresentadas acima precisam ser acompanhadas por um profissional, já que podem comprometer a saúde do solo.
Cuidados com o solo
Para assegurar um solo fértil e saudável, é necessário identificar carências e corrigir rapidamente para não acarretar mais problemas. Veja abaixo 3 dicas para preparar o solo para o plantio:
- A análise do solo é fundamental para um bom plantio, pois somente com a análise o produtor conhecerá as característica da sua propriedade e poderá aplicar técnicas que exploram o potencial produtivo da terra. Além disso, a análise carências que precisam ser corrigidas, ajuda a cuidar preventivamente da terra;
- A topografia também não deve ser deixada de lado, já que a declividade do solo pode impactar a produtividade da fazenda. Propriedades rurais com muitos declives podem apresentar processos de erosão acentuados, bem como um cuidado maior com a terra;
- Além disso, o solo com alto teor de alumínio tóxico também é um problema para a fertilidade da terra, por isso a calagem é amplamente aplicada para corrigir a acidez, além de aumentar a saturação de bases do solo.
Um solo fértil e saudável contribui para a produtividade da fazenda, além de impactar diretamente a colheita. Para diminuir as adversidades, é necessário que o produtor rural fique atento aos pontos abordados acima e aplique a melhor técnica de acordo com a realidade da sua fazenda.
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Por Thais Rodrigues*
*Estagiária sob supervisão de Isabela Azi
FONTES:
Embrapa – https://www.embrapa.br/
Canal Rural – https://www.canalrural.com.br/
Aegro – https://blog.aegro.com.br/
Revista Cultivar – https://www.grupocultivar.com.br/home