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O que é e quais são os benefícios do Plano Nacional de Fertilizantes?

fertilizantes

Com o aumento dos preços dos insumos, em especial os fertilizantes, o lucro dos negócios rurais fica comprometido. Diante da redução da distribuição de fertilizantes no cenário mundial, o Brasil adota o seu Plano Nacional de Fertilizantes. Saiba mais!

 

Quem mantém um histórico das compras dos insumos para a atividade agrícola deve ter se assustado com o aumento do preço destes produtos, que em muitos casos duplicou o valor. Com isso, diversos impactos no campo são sentidos.

 

O primeiro deles é a alta do custo de produção agrícola que impacta no financeiro das empresas rurais, no lucro dos empreendedores do campo e, até mesmo, no preço de repasse dos bens produzidos na agricultura. 

 

E, como tudo funciona como uma cadeia, o que acontece no campo também reflete na área urbana, com o aumento substancial do preço dos alimentos. Em se tratando da atividade agrícola, um dos grandes “vilões” para o aumento dos custos são os fertilizantes. 

 

A cada início de lavoura seu valor está cada vez mais alto, o que coloca o produtor como refém, já que precisa deste produto para o desenvolvimento da lavoura. Mas como mudar esta situação e continuar produzindo?

 

O Governo Federal sancionou este ano o Plano Nacional de Fertilizantes, um plano robusto que visa integrar campo, pesquisa e indústria para solucionar um problema que é antigo e que reflete na cadeia de produção de alimentos.

 

Neste artigo, você verá o uso estratégico dos fertilizantes na agricultura, como anda o cenário nacional de consumo dos fertilizantes, o panorama mundial, informações sobre o Plano e os benefícios para os produtores rurais.

 

Por que se utilizam fertilizantes do campo?

 

O sucesso de uma lavoura é como uma equação com muitas variáveis, temos o clima, o solo, o planejamento do plantio, as máquinas agrícolas e os insumos. Dentro destes insumos, os fertilizantes, que são capazes de fornecer todos os nutrientes para as plantas.

 

Os solos brasileiros, costumeiramente, são pobres em nutrientes e alguns também são mais ácidos. Por isso, para reverter esta situação, além da correção do pH, ainda é preciso fazer a nutrição das plantas, que é o que garante o desenvolvimento das plantas. 

 

Este preparo, além de contribuir para a produtividade, também é um fator importante para manter o solo saudável e fértil. Afinal, o solo é a base principal da agricultura e os produtores precisam cuidar dele se querem garantir boa rentabilidade. 

 

Os fertilizantes são compostos minerais ou orgânicos, de natureza natural e sintética, que fornecem justamente os nutrientes certos para os desenvolvimentos da lavoura e se tornam um produto indispensável no campo. 

 

Qual é o cenário de consumo de fertilizantes no Brasil?

 

Dado o uso estratégico no campo, o produtor não pode simplesmente deixar de usá-lo na sua lavoura se quiser obter bons índices de produtividade. Além disso, dadas as características dos solos brasileiros e a expansão da agricultura, já dá para ter uma perceção que o Brasil consome um montante substancial de fertilizantes.

 

Mas você tem ideia do montante deste consumo? Em geral os compostos NPK, ou seja, fertilizantes nitrogenados, fosfatados e com potássio, são os principais macronutrientes consumidos no Brasil. 

 

A agricultura brasileira chega a consumir, por ano, cerca de 40 milhões de toneladas dos compostos NPK. Este é um número bem expressivo, considerando que são utilizados em grandes e pequenos cultivos, como soja, milho, feijão, arroz, cana-de-açúcar e muitas outras culturas.

 

Mas, diante da alta demanda de fertilizantes para abastecer o mercado interno, o Brasil chega a importar quase 85% do que consome, sendo os produtos nitrogenados e com potássio com porcentagens ainda mais altas, de 95%. 

 

Diante disso, fica evidente o cenário de dependência brasileira dos fertilizantes vindos do exterior, o que pode encarecer os produtos por conta do equilíbrio entre oferta e demanda, distância e custos de importação. 

 

A maioria dos fertilizantes importados são do Leste Europeu, como Rússia e Belarus, Oriente Médio e China. Mas você sabia que o cenário global também afeta os preços que são comercializados aqui no Brasil? No próximo tópico você verá mais sobre.

 

Por que os preços dos fertilizantes tem aumentado tanto?

 

Como você viu no tópico anterior, praticamente todo o fertilizante utilizado nas fazendas brasileiras são derivados de países como Rússia, Belarus e China. Isso reforça que o valor pago pelo produto sofre influência do mercado exterior. 

 

A inflação dos fertilizantes pode ser explicada por dois motivos: gás natural e conflitos políticos no Leste Europeu. Como os produtos nitrogenados são produzidos a partir do gás natural, quando a oferta de combustível baixa, reduz também a produção.

 

Além disso, a demanda pelo combustível não renovável fez a cotação aumentar, encarecendo os outros subprodutos. Já os conflitos no Leste Europeu e as sanções econômicas a Belarus, segundo maior exportador de potássio para o Brasil, disparou os preços destes produtos. 

 

Outra preocupação foi uma possível ameaça de interrupção do produto no mercado internacional, que compromete diversos países que dependem da exportação, incluindo o agronegócio brasileiro. Este cenário causa muita oscilação nos preços e o consumidor é o mais prejudicado. 

 

Por isso, para não comprometer a agricultura, o Governo brasileiro trabalha em uma linha paralela, o Plano Nacional de Fertilizantes, que traz importantes passos para o futuro do agronegócio no Brasil.

 

O que é o Plano Nacional de Fertilizantes?

 

O Plano Nacional de Fertilizantes foi oficializado no início de 2022 em uma cerimônia com o Presidente da República e a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. 

 

O plano tem por objetivo o desenvolvimento do setor de fertilizantes e do agronegócio nacional, bem como o seu planejamento para os próximos 28 anos. Com isso, foca na indústria, produtores rurais, cadeia emergentes, novas tecnologias, inovação e sustentabilidade.

 

Até 2050, o plano quer diminuir a dependência brasileira dos fertilizantes vindos do exterior para 45% das importações. O PNF ainda visa solucionar os principais problemas do país em relação aos fertilizantes, seja buscando novas parcerias comerciais com outros países ou focando na produção interna desses insumos.

 

Para isso, algumas ações são importantes para a efetividade do plano, tais como:

 

  • Incentivos fiscais e tributários para fabricantes;
  • Menor burocracia em toda cadeia de produção;
  • Linhas de crédito exclusivas para investidores;
  • Compartilhar conhecimento a respeito dos fertilizantes e como utilizá-los de forma otimizada no campo;
  • Incentivo à pesquisa e novas tecnologias de nutrição vegetal;
  • Mapeamento de áreas de reservas minerais que podem ser exploradas.

 

Para a sua concreta efetivação, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada fez um diagnóstico do mercado doméstico e internacional, bem como toda a cadeia de fertilizantes da agricultura nacional. 

 

Quais os benefícios com a implementação do Plano Nacional de Fertilizantes?

 

O Plano Nacional de Fertilizantes é mais um grande projeto para estruturar melhor a cadeia nacional e garantir este insumo que é tão importante para as lavouras, principalmente de médio a longo prazo. Saiba mais vantagens:

  • Diminuir a dependência externa

Um dos principais gargalos da atualidade é a dependência de fertilizantes do comércio exterior, que sofre com a inflação e com as oscilações de preço. Contudo, um dos objetivos no plano é justamente reduzir esta dependência.

 

Com isso, se tem mais de uma alternativa para a compra de fertilizantes, bem como um equilíbrio maior entre importação e a própria produção nacional. 

  • Desenvolvimento da pesquisa

Combinando pesquisa, inovação e tecnologia muitos agentes ganham com isso, o Governo, os produtores rurais e o próprio setor de fertilizantes. Através de incentivos fiscais, tributários e estímulos à pesquisa, teremos produtos de qualidade, inovadores e variados. 

 

Esses atributos fazem toda a diferença para a cadeia e também para o campo, já que o  empreendedor terá mais alternativas e uma base maior de produtos para atender às suas necessidades. 

  • Mais sustentabilidade

Além do incentivo na produção de fertilizantes minerais, o Plano Nacional de Fertilizantes busca também novas soluções sustentáveis, que criem oportunidades em relação aos fertilizantes organominerais e orgânicos, principalmente pelo crescente uso dos bioinsumos no campo.

 

A necessidade de conciliar produção de alimentos com a sustentabilidade é uma pauta crescente e apontada também como uma tendência para a agricultura nos próximos anos. Com isso, a agricultura brasileira dá mais um passo na conservação da fauna e flora nacional.

  •  Agrega no conhecimento

Para além de toda tecnologia e pesquisa, o plano também prevê a geração de conhecimento para os produtores rurais que trabalham no seu dia a dia com estes produtos. 

 

Por isso, a Caravana Embrapa FertBrasil conta com visitas técnicas aos principais polos produtores brasileiros, para conversar com produtores rurais. O intuito é levar mais informação especializada sobre a utilização dos fertilizantes.

 

A iniciativa busca reduzir o consumo de fertilizantes e, ao mesmo tempo, otimizar o uso nas fazendas brasileiras. Além de gerar uma economia de 20% logo na safra 2022/2023, o que seria mais ou menos US$1 bilhão em redução de custos para os produtores.

 

Conclusão

 

Neste artigo você viu como o Plano Nacional de Fertilizante irá criar uma estratégia de planejamento a longo prazo para solucionar um dos problemas da agricultura atual: a dependência e a falta de um setor forte de fertilizantes.

 

Além disso, conheceu mais sobre o uso dos fertilizantes nas lavouras e sua efetividade em aumentar a produtividade das safras. Viu como é o cenário atual de dependência do mercado internacional de fertilizantes e como isso impacta em toda cadeia nacional.

 

Para finalizar, viu as principais vantagens do Plano Nacional de fertilizantes e como ele irá beneficiar produtores rurais, indústria e outros agentes até 2050.

 

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Por Thais Rodrigues*

*Estagiária sob supervisão de Isabela Azi

 

FONTES: 

Ipea – https://www.ipea.gov.br/portal/ 

Governo Federal – https://www.gov.br/agricultura/pt-br 

Poder 360 – https://www.poder360.com.br/ 

Agropós – https://agropos.com.br/ 

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