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Como preservar a qualidade do grão na pós-colheita do café?

pós-colheita do café

Após a extração do grão do cafezal, o produtor rural precisa ter cuidados para manter a qualidade do café, de forma a não ocorrer perdas no valor de mercado. Mas como preservar os atributos do grão na pós-colheita do café? Nesse texto, confira o que deve ser feito para garantir uma bebida de qualidade e a rentabilidade da lavoura!

 

É comum pensar que os trabalhos com lavoura terminam com a colheita. Contudo, na prática as coisas são bem diferentes. Afinal, existe toda uma preparação até o produto agrícola chegar na mesa do consumidor.

 

Na cultura de café não é diferente. Após a extração dos grãos do campo, chega a etapa de pós-colheita do café, onde todo o cuidado é pouco para garantir as características do grão e uma bebida de qualidade. É na pós-colheita que o grão é preparado para incorporar o sabor e o aroma característicos.

 

Além disso, a rentabilidade da lavoura depende da qualidade do café apresentado. Dessa forma, garantir a integridade do grão também é cuidar para que ele tenha um bom valor de mercado agregado.

 

Por isso, a partir do momento que o café é colhido, inicia-se uma outra etapa tão importante quanto o plantio e a colheita. Mas como assegurar um café de alta qualidade?

 

Neste artigo, você verá como é feito o processo de pós-colheita do café, que faz a diferença na preservação do grão, a importância de garantir os cuidados certos nesta etapa e como assegurar um armazenamento adequado.

 

Como a pós-colheita do café influencia na qualidade do grão?

 

Até chegar na etapa de pós-colheita do café, são muitas as fases do processo de cultivo, que envolvem trabalhos específicos, operações bem executadas e bom planejamento. É um esforço considerável, por isso, chegar ao final e perder valor agregado do produto, por falta de cuidados, pode gerar impactos para a receita e saúde financeira do negócio.

 

O mercado de café é lucrativo e cada vez mais consumidores buscam aromas e sabores diferentes, os chamados cafés especiais, que possuem um alto valor agregado. Pelas especificidades, esse processo produtivo demanda muito do produtor rural, que precisa de atenção redobrada na pós-colheita do café.

 

Afinal, o trabalho não termina com a colheita do café do campo. Nesse momento, pelo contrário, uma nova fase se inicia. É na pós-colheita do café que os grãos são preparados para o armazenamento e consumo final.

 

Como você bem sabe, esse processo garante o sabor característico do grão, muito diferente do que é extraído imediatamente do campo. Essas boas práticas são um diferencial do processo e contam também no momento de comercialização dos grãos.

 

Quais boas práticas fazem a diferença na pós-colheita do café?

 

Apesar do consumo interno de café ter reduzido em 1%, a demanda internacional do produto segue aquecida. Somente no mês de abril, as exportações de café solúvel somaram uma alta de 29%, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

 

A busca por cafés especiais também apresentou um aumento médio anual de 15%, segundo a Federação dos Cafeicultores do Cerrado. Isso apenas reforça que o gosto do brasileiro por cafés de alta qualidade tem aumentado.

 

Essa mudança no consumo traz influência para o campo. Afinal, na busca por um café de qualidade, o produtor precisa aprimorar os cuidados no processo de produção e isso também inclui a pós-colheita do café. No entanto, quais são essas boas práticas? Veja a seguir:

  • Limpeza e remoção de impurezas

No processo de colheita, é muito comum que restos da cultura, pedras, cascalhos e outras impurezas acabem se misturando com os grãos colhidos. Dessa forma, é preciso fazer imediatamente o processo de limpeza para remover todos esses resquícios.

 

Na colheita manual, a limpeza é feita por abano. Já na colheita mecanizada, a máquina agrícola consegue filtrar a maior parte dessas impurezas provenientes de materiais estranhos.

  • Conhecendo o grão na pós-colheita do café

Para iniciar a colheita de café, é preciso que a maioria dos grãos tenha atingido a sua maturação. Contudo, é comum colher grãos ainda verdes ou frutos já secos. Dessa forma, é preciso entender o estágio de maturação dos grãos colhidos.

 

O café cereja é o grão que atingiu a sua maturação fisiológica ideal e, em muitos casos, pode apresentar uma coloração avermelhada. Já o café verde, foi colhido antes de atingir sua maturação e, por isso, apresenta um alto teor de umidade.

 

Existe também o café bóia e boião, que são os frutos já secos, que passaram do seu ponto de maturação. Normalmente, eles apresentam uma coloração mais escura. Estar ciente dessa diferenciação é fundamental para fazer uma boa separação dos grãos.

  • Secagem dos grãos

A umidade é um dos fatores que mais influencia durante a colheita e a pós-colheita do café. Após a extração dos grãos, a umidade pode contribuir para a deterioração do café e, consequentemente, a redução da sua qualidade.

 

Para evitar isso, o recomendado é fazer a secagem dos grãos logo após a colheita, preferencialmente no mesmo dia. A secagem pode ser feita de forma manual, em terrenos específicos e higienizados, ou mecânica, através de equipamentos secadores.

 

É importante ter um bom planejamento nesta etapa, para que o fluxo de café colhido seja absorvido pela estrutura de secagem e não haja sobrecarga. Assim, o grão pode secar de maneira uniforme até atingir a umidade ideal.

 

Atenção também ao revolvimento dos grãos durante a secagem, que deve ser feito várias vezes durante o dia para preservar as propriedades do grão.

  • Secadores rotativos

Mesmo os produtores rurais que optam por fazer o método de processamento do café por via seca, ou seja, deixando no terreno, é interessante que os grãos passem pela secagem rotativa, para a perda de umidade final.

 

Os secadores rotativos ajudam com que o grão chegue até 12% de umidade, antes de serem levados para descansar nas tulhas. Esse processo pode demorar algumas horas, dependendo do teor de umidade encontrado no grão, em temperaturas que podem chegar de 30ºC a 45ºC.

  • Beneficiamento dos grãos

Com o café atingindo a sua umidade ideal na pós-colheita e passando por toda a etapa de secagem, chegou a hora de colocá-lo nas tulhas por 30 dias. Esse descanso é um preparo para o beneficiamento.

 

No beneficiamento, há uma separação do grão de acordo com o seu tamanho, tipo e qualidade. Depois de separados, eles seguem para serem empacotados. Essa etapa é mais simples, mas muito importante. Afinal, os grãos com melhor qualidade são separados e, com isso, o produtor tem uma melhor noção da sua rentabilidade.

 

Quais os tipos de processamento do café?

 

No tópico anterior, você viu que o café pode secar tanto nos terrenos, quanto por via mecânica. Esses são justamente os tipos de processamento do café, que podem variar entre via seca, úmida e cereja descascado.

 

Na via seca, o café é processado em terrenos de secagem. Esse é um dos métodos mais utilizados nos cafezais. O grão seca em contato com a polpa e mucilagem e, por isso, o café produzido é menos ácido e mais aromático.

 

Já na via úmida, as cascas são separadas e o café fica em contato apenas com a mucilagem. Nesse processo, ocorre a fermentação natural. Por último, tem o processo de cereja descascada, onde são retiradas casca e mucilagem, deixando o café apenas com a polpa e a semente.

Como fazer o armazenamento do café?

 

Diante de todo o trabalho, pelo qual o grão passa na pós-colheita do café, para chegar no armazenamento, você não pode colocar tudo a perder com um armazenamento inadequado. Afinal, quando a qualidade se deteriora, a rentabilidade diminui.

 

Muitos produtores podem optar pela venda direta ou, quando possuem estrutura para isso, por armazenar o café. Esse armazenamento também tem suas vantagens, como controlar melhor a venda, conseguir preços atrativos, manter o controle de qualidade e até mesmo ter um estoque nos momentos de baixa da safra.

 

O café pode ser armazenado em estruturas de metal, sacos específicos de armazenamento, como as big bags, e até mesmo em silos. Independente da estrutura de armazenamento, o produtor precisa evitar a entrada de umidade e fitopatógenos, bem como garantir uma boa ventilação.

 

É preciso também ter atenção ao tempo que o grão está armazenado, pois, muitas vezes, mesmo garantindo as condições adequadas de armazenamento, é possível que o grão perca um pouco da sua qualidade.

Conclusão

 

Para ter um café de alta qualidade, que preserve seu sabor e aroma, permitindo uma melhor rentabilidade com a comercialização dos grãos, é preciso cuidar de todas as etapas do cultivo e isso envolve os tratos da pós-colheita do café.

 

No texto, você viu o papel da pós-colheita para manter a qualidade e as características do café, além de informações importantes sobre boas práticas nessa etapa e os tipos de processamento do café. Para finalizar, você conferiu também como o armazenamento é importante para evitar a deterioração do grão.

 

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FONTES:

uCoffee – https://blog.ucoffee.com.br/

CHB Agro – https://blog.chbagro.com.br/

Aegro – https://blog.aegro.com.br/

Notícias Agrícolas – https://www.noticiasagricolas.com.br/

SENAR – https://www.cnabrasil.org.br/senar

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