Com o avanço da safra brasileira de café 23/24, os produtores rurais também ficam mais atentos à sua comercialização. Afinal, é preciso garantir os melhores preços e a oscilação do mercado deve ser acompanhada de perto se o produtor deseja fazer uma troca comercial vantajosa. Veja aqui quais são as perspectivas do mercado de café para a safra 23/24!
Entre uma nova safra e a outra, o produtor rural deve estar atento, ao se aproximar o período de colheita de café, ao mercado de café, para saber realmente o que esperar. Afinal, o mercado tem impacto nos preços comercializados e, consequentemente, na própria rentabilidade da safra.
Como o mercado de café tem passado por desafios que influenciam nos preços, na disponibilidade de mercado, produção e muito mais, o produtor deve se atentar a esses pontos e possíveis oportunidades. Com o avanço da colheita, é preciso acompanhar esse cenário e as perspectivas ainda mais de perto.
Tendo em vista que o café é um das principais commodities agrícolas brasileiras, seu preço pode sofrer oscilações por conta do clima, da oferta e demanda, produção e outros fatores. Dessa forma, para fechar bons acordos comerciais também é preciso olhar para fora da porteira.
Neste texto, você verá quais as principais perspectivas do mercado de café para a safra 23/24, além do panorama da produção e a importância de acompanhar as oscilações dessa commodity.
O que se pode esperar do mercado de café em 23/24?
Como você viu anteriormente, a definição dos preços das commodities, como é o caso do café, pode sofrer alterações a partir de diversos eventos, sejam eles climáticos, da oferta e demanda, do quantitativo de produção, de tensões governamentais e também do câmbio.
Assim, o mercado de café pode ter previsões positivas em um determinado momento e depois sofrer alterações. As oscilações são comuns em muitos mercados. Por isso, o produtor rural também deve estabelecer uma rotina para acompanhar o mercado de café e seus preços.
Confira abaixo, o que esperar para a safra 23/24:
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Aumento da produção
Segundo a projeção de especialistas, a produção do café deve ser ainda maior em comparação com o ciclo passado. Conforme estudo conduzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total pode chegar a 54,95 milhões de sacas, o que corresponde a um aumento de quase 8%.
Essa é uma perspectiva similar ao divulgado pela Safras e Mercados, que projetou uma produção ainda maior, com aumento percentual de 13% para a safra 23/34. A estimativa também é positiva para o café-arábica.
Vale lembrar que durante 5 anos o café-arábica passou por uma bienalidade negativa, que influenciou a sua produção. Contudo, neste ano, a perspectiva é alcançar 37,4 milhões de sacas, com aumento de 15% em comparação com o ano safra anterior.
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Aumento da área destinada para a plantação de café
O que também causou um aumento na produção de café foi justamente o aumento da área voltada para a sua plantação. Ainda segundo a Conab, a área soma 2,26 milhões de hectares para a produção do café conilon e arábica. Essa área cultivada significa um aumento mais tímido, de menos de 1%.
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Preço da saca e exportação
Ao longo do primeiro semestre de 2023, o preço da saca de café de 60kg estava sendo comercializado por R$ 1.100,00, com tendência de valorização. Contudo, a partir de maio, esse valor já começou a reduzir, chegando em mil reais por saca, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Esse valor ainda não anima muitos produtores de café, mas a redução do preço da saca já é uma tendência observada para o mercado de café. Segundo pesquisa da Reuters, o café-arábica pode apresentar uma perda de 12% em sua comercialização.
Essa redução é motivada principalmente pelo aumento do excedente global, impulsionado pela safra brasileira de café, maior produtora mundial do grão. Outro grande produtor de café é o Vietnã, conhecido principalmente pela sua plantação de café robusta.
Somando as duas produções, os estoques globais passariam de um déficit de 4,15 milhões da safra 22/23 para um superávit de 3,35 milhões em 23/24. Entretanto, a determinação dos preços passa por muitos fatores, dependendo inclusive dos números da colheita estarem alinhados com as previsões.
Qual o panorama da colheita do café para a safra 23/24?
Os primeiros números da safra brasileira de café já começaram a ser divulgados no início do segundo semestre de 2023. Até o início de julho, o total colhido foi de 45% da safra, o que mostra um avanço significativo do percentual comparado com a safra passada.
Contudo, observando a média dos últimos 5 anos, a evolução da colheita está um pouco abaixo do colhido no período. De acordo com informações divulgadas pela Safras e Mercados, a colheita alcançou o patamar de 29,75 milhões de sacas de 60kg.
Na safra 23/24, a colheita de café conilon está bem avançada, chegando a 62% da safra, em comparação com a colheita de café-arábica, que está em 35%, ou seja, bem abaixo da metade. Esse avanço na colheita tem como principal fator o bom clima, que propicia uma melhor dinâmica dos trabalhos.
Como está o mercado de café no exterior?
Se em 2022 foram exportados um alto volume de café, 2023 já começa com uma queda na exportação, totalizando 11,097 milhões de sacas, conforme o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) nos 4 primeiros meses do ano.
No entanto, esse número pode não ser preocupante. A última projeção da Safras e Mercados mostra que o total exportado da safra 23/24 pode chegar a 45,350 milhões de sacas.
Se esse número se comprovar será maior do que o volume exportado na safra 22/23, que totalizou 36,645 milhões de sacas. Ao analisar o cenário de importações, as informações da Safras e Mercado indicam similaridade com a safra anterior, totalizando 75 mil sacas.
Em relação a demanda interna, esse é um ponto que o produtor rural precisa ficar atento. Afinal, o consumo interno também influencia na produção e no que acontece dentro da porteira.
A demanda interno do mercado de café
O mercado de café nacional começa a indicar uma preferência maior por um café mais suave, como é o caso do café-arábica. Para este ano e até o primeiro semestre de 2024, a projeção é um aumento significativo do consumo de café-arábica.
Isso é o que indica a consultoria Global Markets, que informa que o consumo pode dobrar para 6,6 milhões de sacas de 60kg. Simultaneamente, tendências indicam que o café canéfora vem perdendo força entre os brasileiros e pode chegar a retrair de 18,7 milhões de sacas comercializadas para 15,5 milhões de sacas.
Apesar de todas as perspectivas e previsões para o ano safra 23/24, é essencial que o produtor rural continue atento às informações que podem chegar. Afinal, o preço não é estabelecido avaliando somente a produção total, mas um conjunto de fatores.
No próximo tópico, você confere quais fatores podem influenciar o preço no mercado de café e de outras commodities.
Como o preço é estabelecido no mercado de café?
O mercado de café e, consequentemente, o preço dessa commodity são determinados por diversos fatores, como a qualidade do grão, as condições climáticas, a demanda e outros aspectos.
Entender esse processo é importante para identificar a melhor hora de comercializar seu produto e fazer uma boa troca comercial. Veja abaixo os principais aspectos que influenciam no preço do café:
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Condições climáticas
Quem já teve uma quebra de safra por conta de condições climáticas extremas sabe bem a importância do clima para a efetividade da produção. Na cultura do café, o clima está ligado diretamente à produtividade e qualidade do grão.
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Oferta e demanda
Diferentes mercados operam pela lógica de oferta e demanda, ou seja, se há pouca oferta e alta demanda, os preços tendem a subir. A situação também pode ser inversa, tendendo para uma queda dos preços.
Um exemplo dessa lógica é quando a colheita de café tem uma produção abaixo do esperado, comprometendo o volume total e os estoques de grãos. Nesse caso, os preços aumentam consideravelmente.
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Câmbio das commodities
Como você viu aqui, o café é considerado uma commodity e, por isso, é negociado em dólar. Dessa forma, o preço sofre variações de acordo com o câmbio, que corresponde ao quantitativo de uma moeda em relação à outra.
Um exemplo disso é que com a valorização do real brasileiro, a relação de variação de troca do dólar para o real é menor.
Conclusão
Para conseguir uma boa comercialização do café e, com isso, atingir uma boa rentabilidade, o produtor rural precisa ir além dos aspectos técnicos da cultura, que garantem sua qualidade. Dessa forma, é preciso também observar o mercado de café.
Neste texto, você conferiu quais são as principais perspectivas desse mercado, com avaliações e estudos feitos por entidades que estão próximas do agro brasileiro. Além disso, viu o panorama da colheita de café na safra 23/24, as projeções de produção e o que se pode esperar para o novo ano safra.
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FONTES:
Broto – https://blog.broto.com.br/
InfoMoney – https://www.infomoney.com.br/
Safras e Mercado – https://safras.com.br/
Agro Bayer – https://www.agro.bayer.com.br/
Canal Rural – https://www.canalrural.com.br/